Decorre em Xai-Xai o festival da cultura. Tive o privilégio de assistir a cerimónia de abertura. Coisa louca, coisa gira. O orgulho da minha moçambicanidade atingiu extremos poucas vezes alcançados, a contemplação da diversidade que este espaço do índico alberga fez me repensar o nível de conhecimento que tenho dele, a beleza da minha gente me apaixonou.
Tenho orgulho de ser desta nação em construção. Ainda bem que a nação é um projecto, está em construção. Bem hajam estes festivais que nos permitem conhecer as várias nações que somos e perspectivar os passos a dar, todos os dias, para vivermos unos na diversidade que nos caracteriza.
Bem diz Hugh Masekela citado pelo notícias: “o que custa para nós fazer regularmente uma coisa como esta? Isto é que é celebrar a cultura, não queremos um dia dizer ‘we use to be Africans’, que é o risco que corremos actualmente nos nossos países”.
É que, de facto, é de eventos como estes que podemos vislumbrar a riqueza que nos caracteriza de modo a evitar o risco referido por Masekela, relativo aos desafios que os países africanos enfrentam no presente que é a aculturação, facto que, na sua opinião, se deve, entre muitos outros factores, à falta de eventos periódicos de exaltação e celebração cultural quer à escala nacional quer na do continente.
O nosso Jimmy lá esteve também. Veio buscar inspiração para nos inspirar. A nós moçambicanos, aos africanos no geral e ao mundo. Não há dúvidas de que o que ele bebeu dali é puro e os seus dedos e criatividade transformarão num produto que fará o nosso deleite. É que para Jimmy citado pelo notícias, "nem foi necessário percorrer este vasto país. Aqui em Xai-Xai tive a oportunidade de estar perante aquilo que é efectivamente a nossa riqueza, de Gaza e de todas as partes de Moçambique. Vi aqui aquilo que é o nosso potencial. Esteve aqui patente sem dúvidas o nosso mosaico cultural. Tudo estava aqui sintetizado. Sem dúvidas uma verdadeira festa nacional. Quero confessar que estou fortemente inspirado para nos próximos trabalhos incluir algo do que aqui vivi, algo do que aqui aprendi. Aguardem-me."
quarta-feira, 16 de julho de 2008
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Um comentário:
Estive em Xai-Xai no dia da abertura vindo de Manjacaze mas, infelizmente, não pode assistir à cerimónia e, as obrigações profissionais, me obrigam a estar distante desse movimento. Mais pelo que tenho lido e ouvido, o festival é um show de cultura ao contrário do que se faz no África todos os finais de semana (domingo) com tons azuis (desta vez) e amarelos (noutros casos).
bem haja.
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